FLUMINENSE ► Nova administração tricolor – Fase 1: fracasso

Não quero saber aqui de questões administrativas. Um dos motes da campanha Peter Siemsen à presidência foi a caótica situação financeira do clube. Que um candidato de oposição ataque esse ponto frágil ao se tornar presidente me parece apenas obrigatório.

Vou direto ao que basicamente interessa a mim e ao torcedor tricolor em geral: futebol.

E o início da administração Peter Siemsen à frente do futebol do Fluminense foi um fiasco.

Nem vou teclar novamente sobre falha de planejamento, falta de identificação da clara insatisfação da comissão técnica, má política de contratações etc.

Apenas faço o registro de duas promessas de campanha que foram para o espaço:

1 – Retomar a hegemonia nas disputas regionais: fracasso. O Flamengo foi o campeão, aumentou a vantagem e o Fluminense, que em nenhum momento mostrou interesse e dedicação à competição, ainda ficou a apenas dois pontos dos rubro-negros no somatório gera. Ou seja: um mínimo de competência e o clube teria todas as chances de chegar ao menos às finais, senão ao título.

2 – Conquista da Libertadores: fracasso. O Fluminense simplesmente desperdiçou uma participação na Taça Libertadores sem sequer se preparar para ela. Com comissão técnica descontente, jogadores desmotivados, torcida ignorada e treinador interino, jogou fora uma ótima oportunidade. Isso porque o grupo tricolor, apesar de tudo, era tão competitivo que, mesmo praticamente largado ao Deus dará, só não chegou às quartas de final da competição devido a um incrível erro estratégico na segunda partida contra o Libertad, do Paraguai, em Assunção. Aí acabou justamente eliminado.

O mais impressionante é que a Fase 2, o Campeonato Brasileiro, começa com o Fluminense ainda sem treinador e com um interino contratado antes de Abel Braga, que chega apenas dia 8 de junho. E um interino, no caso, que, independente de sua capacidade, claramente não tem a mesma visão de jogo que Abel, não arma o time para jogar da forma como provavelmente veremos mais à frente.

Isso significa apenas uma coisa: tempo desperdiçado. Novamente.

Assim o Fluminense começa repetindo um ciclo negativo: se a pré-temporada anterior foi desperdiçada por diversos problemas já comentados à exaustão em tudo o que é lugar, o tempo que o clube teve para se preparar para o Nacional foi jogado fora pela ausência de comissão técnica e falhas de planejamento primárias. Exemplo: levar os jogadores para treinar na serra numa época sabidamente de frio, chuva e muita cerração na região. Aliás, tempo padrão na região, o que fez a CBF se mexer e começar a construção de um novo centro de treinamento, desta vez na Barra da Tijuca, no Rio. Acabou o Fluminense com dificuldades para treinar e alguns jogadores gripados, como Fred, que acabou desfalcando o time na estreia. Isso agravado pelo fato do treinador interino ser apenas isso, interino, resultou na patética atuação anteontem contra o São Paulo.

Uma partida que me deixou a certeza de que nenhum time de primeira ou segunda divisão do país deixaria de derrotar o Fluminense, tal a ausência de tudo que o clube mostrou em campo, começando com uma escalação errada e passando por substituições mais erradas ainda. Foi uma dessas coisas que você vê apenas e simplesmente por ser torcedor apaixonado, porque razão lógica não havia. Com 10 minutos de jogo se via que daquele mato não ia sair coelho algum. E não saiu mesmo.

Como torcedor, estou insatisfeito. Mas que venha Abel Braga e que esse péssimo início de gestão de Peter Siemsen seja apenas isso, um péssimo início, logo contornado e resultando em sucessos para o Fluminense.

E que não , como alguns torcedores apavorados já receiam, uma nova Vanguarda Tricolor a levar o clube para baixo após assumir a direção.

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