Arquivo
RIO DE JANEIRO: Ah, mas se Rayanne fosse branquinha, lourinha, patricinha, de olhos claros e riquinha da Zona Sul carioca…

Rayanne Christini em reprodução do Facebook (O Dia)
Até o Papa seria chamado a intervir.
O Fantástico já teria passado os últimos domingos em pânico e o lixo chamado Veja já teria feito nova capa derramando sangue.
Mas Rayanne Christini era negra, pobre e morava na Baixada Fluminense. Tinha 22 anos e estava grávida de sete meses. Então seu sequestro em plena Central do Brasil não mereceu destaque na capa dos portais de notícias dos maiores grupos de comunicação do país – aqueles mesmos que comandam mais um golpe de estado no Brasil.
Não mereceu destaque porque Rayanne não era branquinha, lourinha, patricinha, de olhos claros nem foi sequestrada em Ipanema.
Foram mortos ela e seu bebê.
Com requintes de crueldade.
A notícia que você não viu na capa do Globo.com nem no UOL pode ser acompanhada pelo link a seguir do portal do jornal O Dia, que denunciou o caso desde seu início e solicitou informações ao pé de cada texto publicado:
Grávida desaparecida na Central do Brasil é encontrada morta
Não é a primeira vez que isso acontece. Nem a segunda. Nem a trigésima-quarta. Ou a centésima. Isso é padrão do “grande” jornalismo patronal brasileiro. A História registra isso. Basta pesquisar. A violência no Rio de Janeiro só começou a chocar a chamada grande mídia quando bateu às portas de quem tem grana, de quem tem “nome”. Continue lendo…
POLÍTICA ► Ministério golpista é a cara da elite branca: branco, machista, racista e preconceituoso
A repercussão negativa da tentativa de golpe contra a democracia brasileira deve estar sendo assustadora para os golpistas. Até de rincões dos quais esperavam apoio incondicional surgem críticas contra o golpe. O “New York Times” escancarou em editorial. O londrino “The Guardian” também, destacando especificamente a formação do ministério golpista. Quem quiser ler a respeito pode clicar aqui e checar a matéria do site do jornalista Marcelo Auler, um dos muitos a escrever a respeito.
E uma das mais técnicas críticas à formação branca e conservadora, de fazer aqueles americanos WASP aplaudirem de pé, vem da BBC Brasil, através de uma entrevista de uma professora canadense da conceituada Universidade da Colúmbia Britânica. Continuar lendo…
POLÍTICA ► O editorial do New York Times que provocou um terremoto no Botanic Garden
A república dos vira-latas ficou desconcertada com o editorial de um dos principais veículos de comunicação da pátria mãe – da pátria mãe deles, que fique claro – condenando o movimento glolpista no Brasil. Logo da pátria mãe, de onde esperavam apoio amplo, geral e irrestrito…
Calma, glolpistas, vocês terão apoio da pátria mãe, só parece que não será, talvez, tão amplo, geral e irrestrito assim… Continuar lendo…
IMPRENSA ► Para entender a mídia como o quarto poder: o manifesto do FNDC contra a Rede Globo
O texto divulgado em diversas mídias – eu acessei através do portal Vermelho – leva o título “1º de abril é dia de desmascarar a Rede Globo de Manipulação”.
Na verdade, pelo horário em que faço a postagem, 1º de abril FOI o dia de desmascarar a Rede Globo de Manipulação.
Mas enfim, parafraseando a justificativa do Salgueiro para não fazer da abolição da escravatura no centenário do ato assinado pela Princesa isabel…
Recapitulando: o Salgueiro caracterizou-se em sua trajetória por exaltar o negro e recuperar personagens ignorados ou mesmo aviltados pela abjeta história oficial. Especialmente relacionados à raça negra e sua cultura. Continuar lendo…
IMPRENSA ► Para entender a mídia como o quarto poder: “O Mercado de Notícias”, documentário de Jorge Furtado
Após me recomendarem há bastante tempo, finalmente parei para assistir ao documentário “O Mercado de Notícias”.
“O Mercado de Notícias” é mais uma inestimável contribuição à cultura nacional proporcionada pelo diretor Jorge Furtado, aquele do icônico curta-metragem “Ilha das Flores”.
Está lá na Wikipédia: “O filme traça um paralelo sobre mídia e a democracia, incluindo uma breve história da imprensa, desde o seu surgimento, no século 17, até hoje, destacando seu papel na construção da opinião pública, seus interesses políticos e econômico.”
Ou seja: mostra a notícia como realmente é tratada pela imprensa: uma mercadoria a ser negociada conforme interesses do produtor –salvo, claro, as tais exceções que comprovam uma regra. Continuar lendo…