DE ALGUM LUGAR DO PASSADO ► Uma resenha fotojornalística da icônica obra de Milan Kundera “A Insustentável Leveza do Ser”

Segundo semestre de 1989

O livro “A Insustentável Leveza do Ser”, de Milan Kundera, oferece ao leitor a oportunidade de refletir sobre um delicado problema que envolve o fotojornalismo em circunstâncias como a apresentada no texto.

A história se desenvolve à época da marcha soviética sobre a Tchecoslováquia. Isto é, primavera de 1968. A Primavera de Praga. Vamos abordar uma determinada trama do enredo.

A personagem Teresa trabalha em Praga como fotógrafa de uma revista quando as tropas soviéticas chegam à cidade. O povo tcheco se manifesta contra a interferência de Moscou e vários focos de resistência surgem por toda a parte.

Teresa não é insensível aos acontecimentos. Ele também quer defender sua pátria. Para isso, decide utilizar seu talento profissional, registrando com sua câmera a resistência popular. Essas fotos, como as de outros colegas dela, eram divulgadas por todo o mundo através das agências internacionais. Assim ela acreditava estar prestando uma dupla contribuição pessoal às manifestações de repúdio àquela invasão sofrida por seu país: denunciar ao mundo a agressão russa e divulgar a coragem do povo tcheco, que optava pelo perigo do confronto à vergonha da submissão. Continuar lendo DE ALGUM LUGAR DO PASSADO ► Uma resenha fotojornalística da icônica obra de Milan Kundera “A Insustentável Leveza do Ser”

CINEMA ► Adaptar ou se basear? Eis uma boa questão…

Estava revendo, depois de décadas (literalmente), o filme “A Casa dos Espíritos”, bom filme baseado no primeiro (e para muitos o melhor) livro homônimo de Isabel Allende.

Bom filme mesmo. Filme curtido pela direção, sem pressa, feito com aparente prazer. Enredo denso de drama familiar em um Chile envolto em um processo de mudança social brecado por um violento golpe militar (como se qualquer golpe militar não fosse violento, foi mal…).

Uma experiência que Isabel viveu de perto, afinal seu pai, Salvador, foi o presidente democraticamente eleito pelo povo e derrubado e assassinado pelos militares chilenos.

Talvez um pouquinho mais de ritmo fosse do gosto de alguns, quem sabe mais destaque à sensibilidade das mulheres, uma maior imersão sobre os bastidores do golpe, talvez as violências cometidas pelo patrão contra suas empregadas… Continuar lendo CINEMA ► Adaptar ou se basear? Eis uma boa questão…