DE ALGUM LUGAR DO PASSADO ► Uma resenha fotojornalística da icônica obra de Milan Kundera “A Insustentável Leveza do Ser”

Segundo semestre de 1989

O livro “A Insustentável Leveza do Ser”, de Milan Kundera, oferece ao leitor a oportunidade de refletir sobre um delicado problema que envolve o fotojornalismo em circunstâncias como a apresentada no texto.

A história se desenvolve à época da marcha soviética sobre a Tchecoslováquia. Isto é, primavera de 1968. A Primavera de Praga. Vamos abordar uma determinada trama do enredo.

A personagem Teresa trabalha em Praga como fotógrafa de uma revista quando as tropas soviéticas chegam à cidade. O povo tcheco se manifesta contra a interferência de Moscou e vários focos de resistência surgem por toda a parte.

Teresa não é insensível aos acontecimentos. Ele também quer defender sua pátria. Para isso, decide utilizar seu talento profissional, registrando com sua câmera a resistência popular. Essas fotos, como as de outros colegas dela, eram divulgadas por todo o mundo através das agências internacionais. Assim ela acreditava estar prestando uma dupla contribuição pessoal às manifestações de repúdio àquela invasão sofrida por seu país: denunciar ao mundo a agressão russa e divulgar a coragem do povo tcheco, que optava pelo perigo do confronto à vergonha da submissão. Continuar lendo DE ALGUM LUGAR DO PASSADO ► Uma resenha fotojornalística da icônica obra de Milan Kundera “A Insustentável Leveza do Ser”

DE ALGUM LUGAR DO PASSADO ► “Luísa, Quase um História de Amor” – Um exercício de resenha crítica do ótimo livro de Maria Adelaide Amaral

Segundo semestre de 1987

“Luísa (Quase uma História de Amor)” é o primeiro livro de Maria Adelaide Amaral. Egressa do jornalismo, onde trabalhou muitos anos, e do teatro, onde obteve muitos prêmios como autora, tendo escrito os diálogos das peças “Bodas de Papel” e “De Braços Abertos” (inspirada neste livro), traz marcadas influências de ambos os meios: do jornalismo, a objetividade; do teatro, o dinamismo da narrativa.

Luísa, a personagem principal, é figura centralizada das atenções de cinco pessoas de seu convívio, sendo retratada em diferentes perfis por cada uma delas, tendo todas (exceto Mário, engenheiro) trabalhado juntos em uma redação de revista.

Em cada personagem, uma visão diferente: para Raul, o amigo homossexual e viciado em drogas, uma artista excêntrica; para Rogério, o apaixonado fetichista, uma deusa inatingível; para Sérgio, o ex-amante, uma possibilidade de amor; para Marga, a amiga militante e solidária, uma mulher frágil, alienada e um tanto cruel; e finalmente, para Mário, o ex-marido, “apenas uma senhora de meia-idade com vincos profundos na testa e nos cantos da boca, dentes amarelados pela nicotina, vestida com uma extravagância pouco comum à sua idade”. Continuar lendo DE ALGUM LUGAR DO PASSADO ► “Luísa, Quase um História de Amor” – Um exercício de resenha crítica do ótimo livro de Maria Adelaide Amaral

FUTEBOL ► O tempo passa, o tempo voa… e Wagner do Nascimento Magalhães continua soprando o apito numa boa

Liberação miofascial dolorida? “Quando acaba a gente quer de ...Antes de mais nada: até pelo retrospecto e por zelo à figura do árbitro, Wagner do Nascimento Magalhães deveria ter sido poupado de mais este Fla-Flu. Feita a ressalva, hora de passar a bola ao torcedor…

Todos sabíamos que o podero$o Flamengo não passaria a semana de um jogo decisivo contra o classe média Fluminense dando milho aos pombos.

Como na sociedade brasileira, a ordem das classes não pode ser invertida assim de uma hora para outra, onde já viu isso?

Lógico que o treinador Vitor “Minha Sogra Está Doente” Pereira buscaria utilizar todos os trunfos que tivesse às mãos em seu va$to elenco.

O que ninguém podia imaginar (brincadeirinha, podia sim…) é que o rubro-negro também recorresse a uma bola de segurança estilo “já vi esse filme”: Wagner do Nascimento Magalhães.

Já escrevi sobre esse juiz, que considero um ladrão, ao operar o Fluminense em um Fla-Flu de 2015 (clique para ler). Depois daquilo ainda “decidiu” o campeonato de 2017, outro Fla-Flu (clique aqui para ver) (“Santa coincidência, Batman!”), jogo em que Wagner foi até acusado de “comemorar” o gol de Guerrero (veja aqui) – tudo bem, essa meio foi forçação de barra (mas que a falta foi escandalosa, não há dúvidas). Continuar lendo FUTEBOL ► O tempo passa, o tempo voa… e Wagner do Nascimento Magalhães continua soprando o apito numa boa

VIDA ► Economizando palavras: “Hier Encore”, Charles Aznavour

A marcha inexorável do tempo e nossas nunca tardias reflexões através do inesquecível talento de Charles Aznavour. Ou como diz aquela outra canção: “…killing me softly with his song, telling my whole life, whith his song…”

Hier encore, j’avais vingt ans
Je caressais le temps et jouais de la vie
Comme on joue de l’amour
Et je vivais la nuit
Sans compter sur mes jours qui fuyaient dans le temps

J’ai fait tant de projets qui sont restés en l’air
J’ai fondé tant d’espoirs qui se sont envolés
Que je reste perdu ne sachant où aller
Les yeux cherchant le ciel mais le coeur mis en terre Continuar lendo VIDA ► Economizando palavras: “Hier Encore”, Charles Aznavour

DE ALGUM LUGAR DO PASSADO ► Os primeiros passos do nosso “super-homem”

Primeiro semestre de 1990

(O autor adverte: contém sarcasmo.)
Um país à beira do caos: altas taxas de desemprego e subemprego; serviços públicos deteriorados e desacreditados; empresas estatais burocratizadas e ineficientes; preços disparados; salários defasados; especulação gerando capital; inflação mensal de 70% com projeção anual superior a 700% e uma astronômica dívida externa. Apenas algumas características do Brasil que o galã Fernando Collor de Mello herdou do desastrado José Sarney no histórico 15 de março de 1990. É o primeiro presidente eleito pelo povo em 29 anos.

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