DE ALGUM LUGAR DO PASSADO ► Os primeiros passos do nosso “super-homem”

Primeiro semestre de 1990

(O autor adverte: contém sarcasmo.)
Um país à beira do caos: altas taxas de desemprego e subemprego; serviços públicos deteriorados e desacreditados; empresas estatais burocratizadas e ineficientes; preços disparados; salários defasados; especulação gerando capital; inflação mensal de 70% com projeção anual superior a 700% e uma astronômica dívida externa. Apenas algumas características do Brasil que o galã Fernando Collor de Mello herdou do desastrado José Sarney no histórico 15 de março de 1990. É o primeiro presidente eleito pelo povo em 29 anos.

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FLUMINENSE ► Do Instagram do centroavante Fred

fred_flu_campeaoPublicado ontem no Instagram do centroavante Fred, bicampeão brasileiro pelo Fluminense. Tem meu apoio como torcedor do Fluminense, 45 anos de arquibancada. E obrigado pelas taças.

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Bom dia, pessoal! Em nome de todo o grupo de jogadores, estou aqui para pedir um grande favor a vocês: apoiem o nosso time durante os 90 minutos hoje contra o Sport. Esse tipo de pressão que vem sendo feita não ajuda em nada a nossa equipe. Pelo contrário! Só atrapalha e muito. O nosso pedido é dedicado ao verdadeiro torcedor do Fluzão; aquele que comemora os títulos conquistados, mas também dá força nos momentos difíceis. E agora, mais do que nunca, estamos precisando dos gritos de incentivo vindos das “arquibancadas”. O jogo nada mais é do que a prática dos treinamentos realizados durante a semana. Então, como poderemos superar nossos adversários se não estamos tendo tranquilidade para realizar um trabalho bem-feito no dia a dia? Pensem nisso. A história demonstra que juntos somos muito mais fortes: 2009, 2010 e 2012 estão aí para confirmar o que digo. Cheguei aqui há pouco mais de cinco anos e, ao lado dos meus companheiros, contribuí para a fuga épica do rebaixamento, em 2009, além da conquista de dois títulos brasileiros, feitos que não ocorriam há quase 30 anos no clube. Por isso, acredito ter conquistado o carinho e o respeito de quase toda a nação tricolor. Digo quase toda a nação, porque sei que o respeito dos membros de algumas torcidas organizadas do clube nunca mais terei, tendo em vista que fui o maior responsável pelo corte dos subsídios (dinheiro e ingressos) repassados a essas facções. Contudo, o respeito dessas pessoas que utilizam a violência como forma de manifestação também não me interessa. Prefiro canalizar todo o meu carinho para o torcedor do bem, que, para mim, é o verdadeiro tricolor de coração. Venham pro Maraca de coração aberto, pois nosso Time de Guerreiros estará pronto para encarar mais uma batalha ao lado de vocês. Um abraço do Capitão!

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O simples fato do capitão tricolor se recusar a conversar com “torcedores” que ameaçam jogadores só o faz subir no conceito das pessoas de bem, ao contrário de outros atletas ditos profissionais e que propalam um tal de Bom Senso que vivem fazendo média com esses grupos que ameaçam, inclusive, os torcedores de verdade.

Grupos que agem como milícias: se não der o que eles querem, não fizer o que eles querem ou não concordarem com eles, atacam. Continuar lendo…

FUTEBOL ► O Fluminense e o velho problema dos ingressos: tudo muito estranho e – principalmente – suspeito

A primeira coisa que vem à mente é: “Tem gente que não se emenda.” Difícil pensar diferente.

Muito estranho e – principalmente – suspeito o comportamento do site Futebol Card, responsável pela venda de ingressos em jogos com mando do Fluminense, em relação à partida contra o Cruzeiro, no domingo próximo. Continuar lendo…

FLUMINENSE ► O Sócio do Futebol cruzeirense e o Guerreiro Tricolor do Flu

Eu até agora não me conformei com o descaso da nova direção do Fluminense com seus torcedores em geral (preços de ingressos incompatíveis com a realidade) e em especial com os antigos sócio-torcedores, aqueles que desde 1999 vinham – dentro de suas possibilidades – contribuindo com o clube até este ano, quando Peter Siemsen e companhia decidiram detonar com o Passaporte Tricolor e criar o elitista e fracassado Guerreiro Tricolor.

Bem, fracassado sob o ponto de vista de que conseguiu a façanha de deixar o estádio vazio numa partida de Libertadores da América. Por outro lado, obteve sucesso no objetivo de acabar com as filas, não é mesmo?

Sarcasmo à parte, estava vendo os gols do massacre do Cruzeiro sobre o Estudiantes, jogo disputado em Sete Lagoas, a 70 km da capital mineira, quando fiquei curioso por conhecer como andava a questão de ingressos por aquelas bandas.

Sabe-se que, assim como no Rio de Janeiro Fluminense, Flamengo e Botafogo tentam fazer com que o torcedor carioca crie o hábito de ir ao Engenhão, algo para o qual só a diretoria alvinegra trabalha com afinco, em Minas Gerais Atlético e Cruzeiro lutam para fazer seus torcedores superarem a distância que separa Belo Horizonte de Sete Lagoas, até que ao menos o tradicional Estádio Independência, em fase final de repaginação, seja finalmente liberado para os jogos. Continuar lendo FLUMINENSE ► O Sócio do Futebol cruzeirense e o Guerreiro Tricolor do Flu

FUTEBOL ► Aos pênaltis, cartões e bandeiradas, CBF mantém Corinthians com a mão na taça no ano de seu centenário

Não é nem o caso de saber se foi ou não foi pênalti, se foi ou não foi impedimento, se deveria ser expulso ou não. O problema é que as sucessivas discussões referem-se aos chamados “lances discutíveis”, e, invariavelmente, a um fator comum no final: o beneficio ao Corinthians.

Sabe aquele caso da mulher que casou e o marido morreu, ganhando uma bolada do seguro? A mesma mulher cujo segundo marido também morreu não muito após as núpcias e deixou para ela mais uma boa grana? E que o mesmo aconteceu com o terceiro, o quarto, o quinto marido? Pois é, muita coincidência, não é mesmo?

Neste sábado passado, um árbitro considerado “dos melhores” do Campeonato Brasileiro deu (mais) uma importante vitória ao Corinthians, desta vez sobre o Cruzeiro, um rival direto na luta pelo título. Ele e seus comparsas, digo, auxiliares, jogaram muito bem, nota 10. A arbitragem inventou um pênalti “daqueles”, deixou de marcar dois a favor do Cruzeiro em lances que também não foram, mas, para quem marcou “aquele”, a lógica indica que poderia e até deveria também marcar, pararam absurdamente três lances legais de gol do ataque cruzeirense, desequilibraram os nervos dos mineiros…

Realmente, uma grande atuação do trio. Mas foi preciso decidir no fim porque o Timão não conseguia sequer criar oportunidade de gol que ameaçasse o goleiro Fábio. Assim o ladrão de preto marcou um “pênalti” que simplesmente nem viu, pois seu posicionamento no lance mostra que ele não poderia ter enxergado a suposta infração – a não ser que tivesse a visão de raios X do Super-Homem…

Impressionante. O que a CBF “joga bem”, o Corinthians joga mal. Fosse o tradicional alvinegro paulista minimamente competente e já estaria de faixa no peito há três rodadas do fim. Porque não são possíveis tantos “erros” de árbitros e bandeiras quase sempre para o mesmo lado durante um campeonato inteiro. Isso não existe. Não coincidentemente, ao acaso.

Quem quiser se dar ao trabalho, na internet há vídeos às pencas com as dezenas de “erros” a favor do Timão neste Brasileirão. Não vou nem me dar ao trabalho de postar aqui, de tão banal que se tornou essa situação.

Repare que meus “erros” levam aspas porque o significado da palavra erro e a lógica irrefutável dos fatos mostram que erros ocorrem por acaso e o que acontece com certos sopradores de apito em jogos do Corinthians não pode ser creditado na rubrica erros – sem aspas.

Há sempre aqueles comentaristas covardes por natureza, compromissados com alguma coisa ou com a própria torcida corintiana ou mesmo corintianos de coração, ou ainda dependentes de clichês e lugares comuns para “comentar”, que caem sempre no discurso da vala comum de que “erros acontecem a favor e contra todos os times sempre”.

Pois esse argumento apenas aumenta a suspeita sobre a atual competição nacional, pois ele pressupõe um acaso que mais ou menos equilibra as balanças do contra e do a favor de todos os times. No caso do Corinthians, porém, a balança do a favor tem o peso de Ronaldo, enquanto a do contra pesa como uma criança recém-nascida.

Minha esposa, que não liga muito para futebol, chegou a comentar que “eles deveriam estar fazendo isso aos poucos, não num jogo chamativo desses”. Ora, mas “eles” estão fazendo isso aos poucos. Ou melhor: aos muitos, desde o início do campeonato.

Funciona assim: aqueles jogos contra times teoricamente mais fracos em que um postulante ao título não pode tropeçar, a CBF coloca naquele sorteio de araque o nome de árbitros inexpressivos. Assim, se por acaso o Corinthians ameaçar tropeçar, jogar mal, a arbitragem garante. Isso começou logo lá na primeira rodada contra o Atlético Paranaense. O árbitro desse jogo foi o patético Marcelo de Lima Henrique, tão bem (ou mal) conhecido no Rio de Janeiro.

Já quando o Corinthians faz um “clássico”, por assim dizer, o sorteio impões nomes de “peso”. Esses juízes de “peso” farão o mesmo que os inexpressivos, apenas com mais discrição. E o exemplo veio logo na segunda rodada, quando Leonardo Gaciba operou com extrema sutileza (na verdade, nem tanto) e competência o Fluminense.

Comentaristas independentes já levantaram suspeitas sobre esse suposto sorteio da CBF na escala de arbitragem, que de sorteio não tem nada, é uma escala dirigida.

O Brasileirão inteiro segue esse padrão.

São coisas que acontecem a favor do Corinthians que só acontecem com suspeita frequência a favor do Corinthians.

Por isso Ronaldo voltou aos campos, mesmo sem ter condição física para isso. Incompetentes, seus colegas simplesmente desperdiçavam os pênaltis que ganhavam e assim Ronaldo voltou: para cobrar pênaltis, pois não seria possível desperdiçar essas oportunidades na fase mais aguda do campeonato. Mesmo gordo, Ronaldo segue exímio finalizador.

Voltando a um parágrafo anterior, “eles” precisaram fazer isso no jogo contra o Cruzeiro porque o Corinthians é um time irregular e que só se encontra no topo da tabela graças aos seguidos, absurdos e estranhos (para fingir que não acredito que haja algo de podre no reino da Dinamarca) erros a seu favor, seja em situações de pênaltis, impedimentos ou expulsões.

O ano inteiro foi assim: centímetros pra cá ou pra lá, os bandeiras “optando” a favor do Timão. “Ah, mas contra o Guarani…” É, contra o Guarani o bandeira errou duas vezes prejudicando o Corinthians. Bastou para aquela imprensa casuística bradar: “Se houvesse algo a favor do Corinthians, o bandeira não assinalava os impedimentos.” Legal: um ou dois erros para cá, 9.798.235,5 para lá…

Isso mostra como as suspeitas sobre a credibilidade do campeonato são válidas: fossem erros comuns (“erram para um lado e para o outro”), haveria um equilíbrio nos lances discutíveis rodada a rodada. É assim que o acaso funciona. Há certa lógica na balança. Coisa de estatística, proporcionalidade. O que não ocorre nas partidas do Corinthians no Brasileirão. Isso é fato.

Só para deixar claro como o campeonato já está completamente viciado e estragado por essas arbitragens criminosas (sim, porque me roubam, a mim que pago ingresso e vou aos estádios): no recente jogo do Corinthians contra o Avaí, um ladrão (desculpe, meu senhor, mas como árbitro de futebol você é um ladrão, pois roubou o jogo) expulsou um jogador do Avaí num lance em que nem falta ocorreu, já chegando com o cartão vermelho em punho. E ainda marcou um pênalti após uma patética furada de Dentinho ao tentar finalizar uma jogada na área, caindo sozinho, ridiculamente, de bunda no chão, sem sequer ser tocado. Quer dizer, menos para sua senhoria, que marcou o pênalti (mais um) e ainda expulsou o zagueiro catarinense.

Pois esse juiz ladrão, cujo nome prefiro não teclar para não dar cartaz, era reincidente no crime. Foi ele quem tentou de todas as formas derrotar o Grêmio no Pacaembu, assinalando um pênalti cretino contra os gaúchos e ainda expulsando o zagueiro que não cometeu a infração por ele inventada. De quebra, ainda inverteu vários lances e criou ao menos uma falta quase na risca da área que praticamente se tornava um novo pênalti para o Corinthians – que incrivelmente não teve competência para sequer empatar a partida.

Fosse este aqui um campeonato idôneo e essa caricatura de árbitro de futebol estaria suspenso indefinidamente – ao menos por pura incompetência.

No caso de jogos como o do Grêmio, lá no SporTV, por exemplo, sempre aparece algum (alguns) comentarista(s) aliviando a arbitragem: “Mas não influenciou no resultado.” Claro, graças à santa incompetência alvinegra. Em casos como o do jogo contra o Avaí, o padrão é alguém (mais de um, também) dizer: “Ah, mas o jogo já estava decidido, o Corinthians estava vencendo.” Sim, vencia, mas não goleava. Acabou transformando um jogo enroscado numa goleada que o fez alcançar o Fluminense no saldo de gols, critério que pode decidir o título.

Na verdade, me sinto tão ridículo quanto o Dentinho furando e caindo de bunda no chão ao dizer “critério que pode decidir o título”. E ainda um completo idiota por pagar para acompanhar uma competição viciada pela arbitragem.

O campeão já está decidido desde a primeira rodada. Basta um mínimo de competência e de bom futebol ao Corinthians para colocar a faixa.

Para finalizar, não dá para ignorar a declaração de Ronaldo após o jogo, “ameaçando” os tricolores cariocas: “Vamos ver o que vai acontecer com o Fluminense.”

Aconteceu! Aconteceu Carlos Eugênio Simon – de novo! Socorro!

Prêmio Cara-de-Pau e Madame Dinah da temporada para Ronaldo!

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