Como não vou eu aqui, neste post, colocar em dúvida a idoneidade dos julgadores da Liesa, vou partir para uma outra abordagem sobre as notas recebidas pelas escolas do Grupo Especial neste ano.
Sendo eles sujeitos honestos e esforçados em aplicar as notas de acordo com as diretrizes do Manual do Julgador da Liesa, vou tentar entender alguma coisa do mapa de apuração como uma tendência. Uma tendência que, com a Liesa, parece definitiva: o fim do desfile de escolas de samba no Grupo Especial.
Doravante, poderia até chama-lo de “o desfile outrora conhecido como de escolas de samba”.
O que há ali é outro espetáculo. Rico, lindo, luxuoso, engraçado, inovador, único, inigualável… Porém, mais pobre culturalmente e que em pouca coisa lembra um desfile de escolas de samba de verdade.
Isso é algo que eu entendo já há muito tempo, na minha visão particular do que têm sido os últimos carnavais. Só que, desta vez, certas notas deram pistas… Melhor: deram provas de que aquilo que para muitos estava dissimulado agora aparece de forma escancarada para todos.
E as notas que melhor definem esse novo conceito de “escola de samba da Liesa” foram as obtidas pela Unidos da Tijuca em Comissão de Frente e pela Mangueira em Harmonia e Bateria.
Foram 40 pontos brutos para a Tijuca e 60 líquidos para a Mangueira. Pontos que não poderiam ser recebidos se o julgamento tivesse como base um desfile de escola de samba do jeito que ele (o desfile) e ela (a escola de samba) foram concebidos.
Veja que, nesta interpretação, não se pode criticar o jurado. Ora, os quatro jurados de Comissão de Frente entenderam que o trabalho apresentado pela campeã do Grupo Especial deste ano foi perfeito dentro do que é pedido pela Liesa. Mesmo que muito pouco ali tenha a ver com uma comissão de frente de verdade, além da falta de criatividade criticada por Fábio Mello, não sem razão. Pode ter sido original colocar aquele número da mola numa comissão de frente, mas não exatamente criativo. Continuar lendo CARNAVAL ► 40 pontos para comissão da Tijuca e 39,9 para harmonia e bateria da Mangueira carimbam: “Escola de samba? Aqui não!”