CARNAVAL ► Como a Portela em 2005, a Vila Isabel este ano também não caiu: só eu não acredito no julgamento do Grupo Especial do Rio de Janeiro?

palhaco_2obatuquePara quem não lembra, em 2005 a Portela protagonizou o que provavelmente foi o pior desfile de uma escola de samba (acho que ainda podíamos chamar assim) do grupo principal do Rio de Janeiro. Na Era Sambódromo, com certeza.

Carros ficaram pelo caminho, não entraram ou passaram incompletos, a velha guarda foi barrada para não atrasar mais o “desfile”. A águia, coitada, mutilada (ou poderíamos dizer “ferida”?) passou a maior vergonha de sua longa e vitoriosa vida.

E o que entrou da escola de Madureira naquele ano passou correndo pela passarela.

E quando digo “passou correndo” não estou usando de qualquer eufemismo. Passou correndo mesmo, quase que numa cena pastelão do tempo do cinema mudo, com componentes passando sebo nas canelas enquanto seguravam chapéus e pedaços de fantasia para não ficarem pelo caminho. Continuar lendo…

CARNAVAL ► O presidente da Unidos do Porto da Pedra está certo

Que o desfile de escolas de samba do Grupo Especial se transformou em um grande evento comercial, eu não tenho a menor dúvida. Tanto que nem saio opinando nada disso quando as pessoas começam a discutir Mangueira, Beija-Flor, Portela ou Salgueiro à minha volta. Me limito a ouvir para não tirar o prazer de quem gosta.

Bem, fico ouvindo até me perguntarem algo. Aí sou obrigado a dizer a verdade: hoje, nem pago me disponho a sair de casa para assistir aos desfiles sob responsabilidade da Liesa.

Não que sejam feios. Não são. São bonitos e coisa e tal. Mas nada têm de escola de samba de verdade a ponto de me fazerem enfrentar a maratona física de assisti-los.

Dos fracos sambas-enredos aos enredos propriamente ditos, passando por tudo que se possa imaginar de raiz histórica de uma escola de samba, pouco restou. E eu gosto é de escola de samba. Continuar lendo CARNAVAL ► O presidente da Unidos do Porto da Pedra está certo

CARNAVAL ► 40 pontos para comissão da Tijuca e 39,9 para harmonia e bateria da Mangueira carimbam: “Escola de samba? Aqui não!”

Como não vou eu aqui, neste post, colocar em dúvida a idoneidade dos julgadores da Liesa, vou partir para uma outra abordagem sobre as notas recebidas pelas escolas do Grupo Especial neste ano.

Sendo eles sujeitos honestos e esforçados em aplicar as notas de acordo com as diretrizes do Manual do Julgador da Liesa, vou tentar entender alguma coisa do mapa de apuração como uma tendência. Uma tendência que, com a Liesa, parece definitiva: o fim do desfile de escolas de samba no Grupo Especial.

Doravante, poderia até chama-lo de “o desfile outrora conhecido como de escolas de samba”.

O que há ali é outro espetáculo. Rico, lindo, luxuoso, engraçado, inovador, único, inigualável… Porém, mais pobre culturalmente e que em pouca coisa lembra um desfile de escolas de samba de verdade.

Isso é algo que eu entendo já há muito tempo, na minha visão particular do que têm sido os últimos carnavais. Só que, desta vez, certas notas deram pistas… Melhor: deram provas de que aquilo que para muitos estava dissimulado agora aparece de forma escancarada para todos.

E as notas que melhor definem esse novo conceito de “escola de samba da Liesa” foram as obtidas pela Unidos da Tijuca em Comissão de Frente e pela Mangueira em Harmonia e Bateria.

Foram 40 pontos brutos para a Tijuca e 60 líquidos para a Mangueira. Pontos que não poderiam ser recebidos se o julgamento tivesse como base um desfile de escola de samba do jeito que ele (o desfile) e ela (a escola de samba) foram concebidos.

Veja que, nesta interpretação, não se pode criticar o jurado. Ora, os quatro jurados de Comissão de Frente entenderam que o trabalho apresentado pela campeã do Grupo Especial deste ano foi perfeito dentro do que é pedido pela Liesa. Mesmo que muito pouco ali tenha a ver com uma comissão de frente de verdade, além da falta de criatividade criticada por Fábio Mello, não sem razão. Pode ter sido original colocar aquele número da mola numa comissão de frente, mas não exatamente criativo. Continuar lendo CARNAVAL ► 40 pontos para comissão da Tijuca e 39,9 para harmonia e bateria da Mangueira carimbam: “Escola de samba? Aqui não!”

CARNAVAL ► Só há um jeito de definir a transmissão dos desfiles de 2012 feita pela Rede Globo: um lixo

Quando você pensa que a Rede Globo não pode piorar o que já é ruim, ela mostra por que é a “maior emissora da América Latina” e se supera: não há como um blogueiro medíocre como eu encontrar palavras que sintetizem melhor a qualidade da transmissão do desfile do Grupo Especial em 2012 do que dizendo que foi uma…

Caramba, pensei muito antes de continuar a sentença para não baixar o nível aqui. Mas digamos que foi um lixo. Com todo respeito ao lixo, que pode ser reciclado, o que não é o caso de uma transmissão de TV.

O trabalho da Rede Globo na Sapucaí, infelizmente para quem não tem outras opções, só tem servido para irritar quem ama as escolas de samba – por menos escolas de samba que mostrem a cada ano as agremiações que desfilam atualmente no Grupo Especial. Mas isso é outra história…

A transmissão da Globo, para mim, definitivamente, não dá. E piora a cada ano. É o que acontece quando não há concorrência, algo do qual a Globo foge como o Diabo foge da cruz. Desse modo, o que vemos é cada vez mais sujeira (atenção para o trocadilho bobo com lixo…) e tolices na tela e cada vez menos escolas de samba.

Só aqui neste espaço e no OBatuque.com já registrei algumas vezes o que acho disso, como você pode conferir aqui (2010), aqui (2011) e aqui (mais 2011). Mas alguma coisa vou ter que registrar este ano também. Continuar lendo CARNAVAL ► Só há um jeito de definir a transmissão dos desfiles de 2012 feita pela Rede Globo: um lixo

CARNAVAL ► “Em defesa dos Guerreiros e contra o absurdo”, de Ricardo Delezcluze

Outro dia, surfando na rede, encontrei um excelente texto do não menos excelente Ricardo Delezcluze, criticando a estúpida decisão da Liesa de proibir faixas das já tradicionais torcidas das escolas de samba.

Daqui a pouco a Liesa proíbe as não menos tradicionais e mais antigas bandeirinhas das escolas.

O que não surpreende, porque tradição das escolas de samba não parece ter maior relevância para a Liesa.

Essa decisão também faz sentido quando percebemos uma cada vez maior assepsia dos desfiles promovidos pela Liesa, cada vez mais gigantes, luxuosos, frios e carentes de calor humano.

Aliás, para que gente, povo, nos desfiles do Grupo Especial, na pista ou na arquibancada, não é mesmo? Continuar lendo CARNAVAL ► “Em defesa dos Guerreiros e contra o absurdo”, de Ricardo Delezcluze