Primeiro semestre de 1992
Eles são chamados de surfistas ferroviários porque, em vez das ondas, escolhem os tetos dos trens suburbanos do Rio de Janeiro como palco de suas manobras arriscadas e muitas vezes mortais. Esse impressionante “esporte”, cada vez mais popular entre jovens da periferia, provoca em média 50 mortes por ano, mortes essas que não são suficientes para intimidar seus intrépidos praticantes e torná-los sensíveis às diversas campanhas de prevenção promovidas pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
Segundo estudos realizados pela CBTU, os surfistas ferroviários começaram a aparecer há seis anos, dando origem a um grupo cada vez maior de pessoas que não temem o perigo de receber uma descarga elétrica de até dez mil volts. Elas têm idade entre 11 e 30 anos, são do sexo masculino (as mulheres ainda não foram iniciadas nesse “esporte”) e moram na região da Baixada Fluminense ou nos bairros dos subúrbios da cidade. Consideram-se “heróis urbanos” e alegam viajar em cima dos trens para fugir da superlotação dos vagões. Continuar lendo DE ALGUM LUGAR DO PASSADO ► Surfistas ferroviários