COPA DO MUNDO 2010 ► Japão joga bonito e elimina Dinamarca

Quem diria? As jogadas mais bonitas da Copa até aqui vêm do Japão, que, comandado pelo camisa 18 Honda, deitou e rolou em cima da defesa da Dinamarca, a ponto de o 3 x 1 do placar final ter sido bem modesto para a diferença entre as equipes. O público que compareceu ao Estádio Royal Bafokeng, em Rustemburgo, com certeza gostou do que viu.

Como a Dinamarca precisava da vitória, era de se esperar que partisse para o ataque. O Japão também esperava isso. Mas a Dinamarca… Sabe como é… Aquele jogo quadrado que em nada lembra a Dinamáquina que foi um dia (acho que já usei essa mesma frase em outro jogo, fazer o quê…). Hoje está bem mais para uma Suíça que para a uma Holanda. Com a diferença que a Suíça ao menos sabe se defender. Continuar lendo COPA DO MUNDO 2010 ► Japão joga bonito e elimina Dinamarca

COPA DO MUNDO 2010 ► Sem drama nem emoção, Paraguai não sai do zero com Nova Zelândia e segue no Mundial

Tá, vá lá, um pouquinho de drama rolou, mas só quase no final, quando a Nova Zelândia descobriu que um golzinho a levaria adiante na Copa do Mundo. Mas ficou só na vontade. Jogando com um classudo uniforme todo negro, os neozelandeses seguraram o ataque paraguaio e saíram com uma inimaginável invencibilidade da maior competição de futebol do planeta. Um feito e tanto para um país que tem apenas 25 jogadores profissionais.

Já o Paraguai desapontou pela falta de confiança para partir com decisão para cima do adversário, nitidamente inferior. O time entrou para se classificar e isso conseguiu. Mas ficou devendo.

Para se ter ideia do desinteresse da partida, até os 10′ o momento de maior emoção foi a completa desolação do meio-campo Victor Caceres ao levar um cartão amarelo bem idiota, mas justo. O Paraguai cercava, tocava, mas não conseguia penetrar na defesa adversária. De preto, os All Whites (como é chamada a seleção neozelandesa de futebol) pareciam formar uma linha tão impenetrável quanto as formadas pelos All Blacks (o poderoso time de rúgbi do país).

A única coisa que acontecia eram as tentativas de Caniza marcar um gol no Mundial. Já que não se conseguia entrar na área, o zagueiro se aproximava e chutava: chutou torto aos 17′ ao cair pela direita, do lado da área; chutou com perigo, próximo ao ângulo esquerdo de Paston, aos 18′, após um rebote da zaga; e aos 28′ bateu de longe, por cima, assustando um pouco o goleiro. Só aos 34′ acertaram o gol de Paston: um chute de fora de Valdez que não deu muito trabalho ao bom goleiro.

As únicas vezes em que a Nova Zelândia chegou com relativamente (muito relativamente) perigo foram aos 29′ e aos 35′, dois lances parecidos, com bolas cruzadas da ponta direita que obrigaram o goleiro Villar a algum esforço para pegar. Como a Nova Zelândia não queria muito, o Paraguai acabou cansando de brincar de procurar espaço e logo estava totalmente enredado no sistema defensivo adversário.

Logo aos 2′ do segundo tempo, o primeiro lance de real perigo na partida, surpreendentemente da Nova Zelândia: Lochhead caiu pela esquerda e cruzou, a zaga rebateu mau e Elliott emendou de primeira, meio sem jeito, mas com perigo, à direita do ângulo direito de Villar. Mas não era para ninguém se animar muito, porque o jogo seguiu bem em banho-maria.

E assim foi até os 16′, quando o Paraguai finalmente teve uma chance decente: um escanteio cobrado curto da direita, bola levantada a meia altura e Riveros cabeceou para Paston fazer boa defesa. Com Lucas Barrios e Benitez no lugar dos ontem inoperantes Valdez e Cardozo e temendo sofrer um gol em um ataque esporádico do adversário (gol que o eliminaria da Copa), o Paraguai resolveu correr mais em busca da vitória. Aos 30′, Benitez recebeu na área pela meia esquerda, cortou para a perna direita e chutou cruzado, para difícil defesa de Paston, que ainda conseguiu tirar a bola dos pés de Barrios no rebote. Aos 35′, Roque Santa Cruz cobrou bem uma falta da meia esquerda e obrigou Paston a grande defesa. Daí até o fim, nada mais de relevante aconteceu. A Nova Zelândia ameaçou tentar, mas não sabia como. Isso não fazia parte do plano original. E saíram todos satisfeitos do estádio: os paraguaios, com a classificação; os neozelandeses, com a certeza da missão cumprida muito além das expectativas.

Paston fez grandes intervenções no gol da Nova Zelândia e o veterano Nelsen mais uma vez comandou uma defesa sólida e difícil de ser batida. No Paraguai, fica o destaque para a classificação em primeiro do grupo e a certeza de que pode produzir mais. Bem mais.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 42: Paraguai 0 x 0 Nova Zelândia.

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COPA DO MUNDO 2010 ► Drama italiano acaba em tragédia: Eslováquia vence, se classifica e elimina atuais campeões

A Itália não foi eliminada hoje. Aliás, não entendo a derrota para a Eslováquia no Ellis Park, em Johanesburgo, como um vexame ou algo parecido, como muitos querem crer. Foi um resultado normal entre equipes praticamente parelhas, embora com características diferentes. É preciso respeitar não só os times de menos nome como as limitações daqueles de maior tradição. A Itália fracassou, sim, na Copa do Mundo porque foi eliminada na primeira fase e fracassou porque não venceu a Nova Zelândia – aí um resultado que pode ser rotulado de vexame, com todo o respeito aos neozelandeses, porque o país adversário sequer tem futebol profissional. Hoje a Itália lutou, mas esbarrou nas suas próprias limitações (fez até mais do que eu imaginava) e no oponente, que fez uma partida surpreendentemente boa.

Sem uma das estrelas do time, o meia Weiss, o treinador eslovaco lançou Stoch, jogador bem elogiado por suas atuações no campeonato holandês defendendo o Twente. Weiss é habilidoso, driblador, se mexe bem, mas peca pela falta de objetividade. Stoch entrou bem. O atacante Sestak foi sacado, entrando em seu lugar Jendrisek, jogador mais versátil. Na Itália, Iaquinta queria jogar pela esquerda, mas Marcello Lippi o manteve como centroavante e ainda levou Gattuso para campo.

No primeiro tempo, os times passaram boa parte do tempo bem preocupados em pontapetear (pontapetear pode? Sei lá, vai como neologismo…) um ao outro, deixando o jogo muito truncado. Na bola, a Itália era incapaz de armar uma jogada que fosse capaz de ameaçar o gol defendido por Mucha. Por sua vez, a Eslováquia aos poucos assumia o controle das ações, ora tramando pela esquerda, ora pela direita… E assim começava a cercar a área italiana. Mas a Itália começou pregando uma pegadinha, fingindo que jogaria bem: logo de saída, Di Natale experimentou de longe, assustando Mucha; logo depois, Iaquinta recebeu na esquerda da área, mas chutou muito mal. E foi só por um longo tempo.

As chances eslovacas começaram a aparecer logo aos 5′, quando Vittek ajeitou de cabeça e Hamsik, da marca do pênalti, finalizou mal, à direita de Marchetti. Aos 12′, Zabavnik chutou por cima depois que Marchetti cortou cobrança de falta de Stoch do lado da área. Aos 15′, Hamsik recebeu na esquerda e procurou Vittek, mas Marchetti salvou de novo. Até que, aos 25′, De Rossi saiu jogando errado, Kucka roubou e fez ótima enfiada para Vittek, que bateu da entrada da área no cantinho de Marchetti e abriu o placar.

O panorama não mudou muito com o gol e a Eslováquia quase ampliou aos 35′, quando Strba arriscou da intermediária e acertou o ângulo superior, para mais uma boa defesa de Marchetti. Aos 40′ o melhor ataque italiano durante todo o primeiro tempo, quando o zagueirão Skrtel por muito pouco não jogou para dentro da própria meta um despretensioso levantamento de bola feito da intermediária. No finzinho, Kucka quase fez um golaço, batendo de primeira da meia-direita um passe alto que recebeu de Vittek, com a bola passando muito perto do poste direito de Marchetti.

No segundo tempo, a Eslováquia preferiu esperar um pouco mais a Itália, que simplesmente não sabia como atacar, mas as entradas de Maggio, do baleado Pirlo e do atacante Quagliarella (que parece bem mais jogador que seus pares da posição), somadas ao desespero, acabaram levando o time à frente na base da raça mesmo – e isso nunca faltou à Squadra Azurra.

Logo aos 5′, Iaquinta não achou a bola no tempo certo e cabeceou mal bom cruzamento de De Rossi. Aos 10′, Maggio deu grande passe por trás da linha da zaga para Di Natale, que, livre no lado direito da área, bateu muito mal para fora na saída de Mucha, quando tinha opções no meio. A Eslováquia começava a perceber que sua estratégia de recuar à espera do contra-ataque estava levando a Itália para muito perto de seu gol. Aos 17′, Di Natale colocou da meia-lua no canto esquerdo de Mucha, que foi lá e pegou. Aos 21, Pirlo abriu na direita para Pepe, que centrou. Mucha tirou com um tapa da cabeça de Iaquinta, mas a bola caiu nos pés de Quagliarella, que do bico esquerdo da pequena área, bateu forte de voleio para a rede, mas encontrou exatamente em cima da linha a perna de Skrtel, que salvou quase milagrosamente (não houve uma intervenção divina…), num lance muito difícil para a arbitragem, que acho que mandou bem.

Finalmente começaram a surgir os espaços que a seleção eslovaca sonhava para tentar matar o jogo. Aos 24′, Stoch recebeu livre pela esquerda, avançou para cima de Chiellini, cortou para o meio e da meia-lua quase acertou o ângulo esquerdo de Marchetti. Aos 27′, Hamsik (que finalmente jogou bem) cobrou escanteio para a área e o rebote caiu em seus pés. O meia do Napoli tocou baixo e Vittek se antecipou a Chiellini para ampliar: Eslováquia 2 x 0.

Parecia que tudo ia ficar por aí, mas a Itália não se entregava e aos 35′ marcou seu primeiro gol. Quagliarella riscou da meia- direita para o centro, tabelou com Iaquinta, recebeu na frente e chutou. Mucha fez grande defesa, mas a bola caiu nos pés de Di Natale, que não teve dificuldade para fazer.

Aí a partida que começava bem meia-boca ganhava contornos dramáticos, com a Itália partindo com o que tinha (que era pouco) e o que não tinha (que era muito) em busca do empate, que, com a combinação de resultados, já bastaria para lhe dar a classificação. Aos 39′, mais um lance dificílimo para a arbitragem. Iaquinta levantou da direita (ele queria jogar na esquerda, o técnico o manteve no centro, mas na hora do desespero…), a zaga rebateu como pôde e a bola caiu de novo com Di Natale na esquerda. O atacante da Udinese cortou para a perna esquerda e centrou para Quagliarella se antecipar a Durica e marcar, mas estava poucos centímetros adiantado. O gol foi anulado, como poderia não ser. Tanto que nenhum defensor eslovaco fez qualquer menção de questionar a validade do gol, aquele tradicional levantar de braços pedindo impedimento. Todos apenas desesperaram-se.

A Itália não desistia e, aos 42′, Mucha teve que cortar um cruzamento na cabeça de Iaquinta. Num contra-ataque aos 44′, a Eslováquia ganhou um lateral pelo lado direito. Hamsik cobrou rápido e pegou a defesa italiana desatenta. Kopunek, que havia acabado de entrar, deu seu primeiro toque na bola, jogando-a por cima de Marchetti, que nada pôde fazer e marcando o gol que parecia matar a partida.

Parecia, mas não matou, afinal, onde há italiano sempre pode haver um bom drama. Um minuto depois, Quagliarella pegou uma bola espirrada pouco além da meia-lua e colocou por cobertura no ângulo esquerdo de Mucha, que não teve qualquer chance de defesa. Um golaço! Fazer um gol desses com o time vencendo por 5 x 0, fazendo festa, é fácil. Agora, numa situação dessas… Golaço! E surge a pergunta JFK: “Marcelo Lippi, onde você estava com a cabeça ao manter Quagliarella no banco a Copa quase toda?”

No finalzinho do tempo de acréscimo, aos 49′, a Itália ainda teve uma grande oportunidade de empatar, quando Chiellini jogou um lateral do lado direito na área e a bola espirrou no segundo pau para Pepe, livre, chutar mal de perna esquerda. Àquela altura a Itália já até fazia por merecer o empate, devido à alma com que buscou o resultado. Mas uma seleção não pode pensar em seguir adiante numa Copa do Mundo apenas com um bom segundo tempo.

Os melhores na despedida italiana foram o goleirão Marchetti, que realizou grandes defesas, e o atacante Quagliarella, cuja falta de oportunidades nas partidas anteriores é injustificável, pois é superior a todos os demais da posição escalados por Marcello Lippi. Fará falta a seleção italiana à Copa? Bem, depende. Qual seleção italiana? A que nada, absolutamente nada fez até o fim do primeiro tempo de hoje ou a que partiu com a cara e coragem em busca de um empate redentor no segundo tempo? Esta última, sim, fará muita falta. Mas a outra… já vai tarde.

A Eslováquia segue em frente, finalmente apresentando um bom futebol. Cabe ao esquentadinho técnico Vladimir Weiss saber extrair o que de melhor seus bons jogadores podem oferecer. Quando exigido, Mucha apareceu muito bem e Vittek foi decisivo.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 41: Eslováquia 3 x 2 Itália.

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TÊNIS ► Set de 70 x 68 decide a partida mais longa da história do tênis

A Copa do Mundo capitaliza o maior espaço na mídia de todo os continentes, mas simultaneamente seguem correndo competições de muitos outros esportes. Entre eles, o tênis, cujo mais tradicional torneio começou nesta semana e obrigou este blogueiro, fã de diversos esportes e tenista amador quando mais jovem, a desviar seu olhar da África para o Velho Continente.

Depois de 11h05min, 980 pontos, 183 games, 215 aces, uma pane no placar (que não conseguia acompanhar a contagem de games) e três dias de disputa, o norte-americano John Isner conseguiu finalmente derrotar o francês Nicolas Mahut na maior epopeia que o tênis presenciou em toda sua história.

John Isner (o mais alto) e Nicolas Mahut na foto que registra o momento histórico

Foi um feito tamanho que logo após o jogo ambos os tenistas foram homenageados pela organização do torneio, fora a ovação recebida do público, a essa altura completamente ensandecido.

O confronto valeu pela primeira rodada do supertradicional Torneio de Wimbledon e o placar final foi 4-6, 6-3, 7-6, 6-7, 70-68. Tudo começou na segunda-feira, quando o jogo foi duas vezes interrompido por falta de luz. Na terça-feira, só foi possível jogar mais 7h06min (o “só” ali foi ótimo, hein?). A continuação foi realizada nesta manhã e foram batidos, com muita folga, todos os recordes possíveis e imaginários de duração de uma partida de tênis.

Abaixo, alguns deles, listados no site GloboEsporte.com:

PARTIDAS MAIS LONGAS DA HISTÓRIA
11h06m – John Isner x Nicolas Mahut – Wimbledon 2010, 1ª fase
6h33m – Fabrice Santoro x Arnaud Clément – Roland Garros 2004, 1ª fase
6h22m – John McEnroe x Mats Wilander – Copa Davis, 1982 – Quartas de Final
6h21m – Boris Becker x John McEnroe – Copa Davis, 1987 – Playoffs do Grupo Mundial
6h04m – Horst Skoff x Mats Wilander – Copa Davis, 1989 – Quartas de Final

PARTIDA MAIS LONGA DE SIMPLES EM NÚMERO DE GAMES
183 – John Isner x Nicolas Mahut – Wimbledon 2010, 1ª fase – 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
112 – Pancho Gonzales x Charlie Pasarell – Wimbledon 1969, 1ª fase – 22/24 1/6, 16/14, 6/3 e 11/9

PARTIDA MAIS LONGA DA HISTÓRIA EM NÚMERO DE GAMES
183 – John Isner x Nicolas Mahut – Wimbledon 2010, 1ª fase – 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
122 – Smith/Van Dillen (EUA) x Cornejo/Fillol (CHI) – Copa Davis, 1973 – 7/9, 37/39, 8/6, 6/1e 6/3

QUINTO SET MAIS LONGO DA HISTÓRIA EM SIMPLES EM NÚMERO DE GAMES
70/68 – John Isner x Nicolas Mahut – Wimbledon 2010, 1ª fase – 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
21/19 – Andy Roddick x Younes El Aynaoui – Austalian Open, 2003 – 4/6, 7/6, 4/6, 6/4 e 21/19

QUINTO SET MAIS LONGO DE SIMPLES EM WIMBLEDON EM NÚMERO DE GAMES
70/68 – John Isner x Nicolas Mahut – Wimbledon 2010, 1ª fase – 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
20/18 – Mark Philippoussis x Sjeng Schalken – Wimbledon 2000, 3ª fase – 4/6, 6/3, 6/7, 7/6 e 20/18

SET MAIS LONGO DA HISTÓRIA EM UM GRAND SLAM EM NÚMERO DE GAMES
70/68 – John Isner x Nicolas Mahut – Wimbledon 2010, 1ª fase – 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
25/23 – John Newcombe x Marty Reissen – US Open 1969, oitavas de final – 4/6, 6/3, 6/4 e 25-23

ACES DISPARADOS COMBINADOS EM UM JOGO
215 – John Isner x Nicolas Mahut – Wimbledon 2010, 1ª fase – 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
96 – Radek Stepanek x Ivo Karlovic – Copa Davis 2009 – 6/7, 7/6, 7/6, 6/7 e 16/14
84 – Daniele Bracciali x Ivo Karlovic – Wimbledon 2005, 1ª fase – 6/7, 7/6, 3/6, 7/6 e 12/10

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